domingo, 11 de setembro de 2016

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General Frederico José Rovisco Duarte, Chefe do EM do Exército

Uma coisa é a resistência psicológica, outra muito distinta é a resistência humana ao esforço e às condições ambientais, a primeira deve estar ao cuidado dos instrutores, a segunda é um problema médico. Não se pode explicar a ocorrência de duas mortes por se terem ultrapassado os limites da resistência humana e mais alguns soldados doentes como uma ocorrência normal no treino de uma tropa de elite.

Os dois soldados não morreram por acidente ou devido a uma debilidade física desconhecida, morreram porque aqueles em que eles confiaram, instrutores e médicos dos Comandos levaram o seu esforço até a um nível que conduziu à falência orgânica. Perante um primeiro incidente ninguém se preocupou com os 40º ou com o excesso de esforço, mandou-se um soldado doente para uma enfermaria e continuaram os treinos. O primeiro soldado morreu sem os cuidados médicos adequados e o segundo morre por teimosia de militares que estão convencidos de que a instrução que dão aos seus soldados está acima dos condicionalismos da resistência humana.

O primeiro morto poderia ser considerado um incidente infeliz, o segundo responsabiliza os comandos militares e pouco mais resta ao chefe máximo do Exército do que se demitir do cargo, duas mortes e vários feridos são nódoas demais para aparecerem na farda de gala ao lado das muitas medalhas de um Chefe do Estado Maior do Exército.
«O militar que se sentiu mal num treino dos Comandos, Dylan da Silva, e que esperava por um transplante de fígado morreu este sábado Hospital Curry Cabral, em Lisboa. É a segunda vítima mortal do curso 127.º dos Comandos.

O soldado de Ponte de Lima entrou em falência hepática no Hospital do Barreiro, para onde foi transferido depois de um “golpe de calor” sofrido num treino em Alcochete. Estava a praticar técnicas de combate quando se sentiu mal. Eram 17h00 de domingo, 4 de setembro. Foi levado por uma equipa de emergência médica com uma temperatura corporal de 42 graus — seis graus acima da média. Quarta-feira acabou por ser transferido para o Hospital Curry Cabral, em Lisboa.

"O soldado Dylan Araújo da Silva foi transferido do Hospital do Barreiro para o Hospital Curry Cabral. Apesar da melhoria progressiva do ponto de vista global, por evolução para falência hepática procedeu-se à transferência para o Hospital Curry Cabral, centro de referência para a área”, indicava uma nota sobre a situação clínica dos militares do 127º Curso de Comandos.» [Observador]


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