segunda-feira, 11 de julho de 2016

Portugal é campeão da Europa

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O sonho cumpriu-se em Portugal! Ao assassínio a sangue frio perpetrado sobre Ronaldo, respondeu Éder com o golpe frio, frio que rasgou a meio a vaidade francesa. Campeões da Europa!!
E o sonho explodiu como se um sol iluminasse a noite de Paris. Chegado a Saint-Denis no ponto mais alto do sacrifício, Portugal soube ser imenso e conquistou pela primeira vez na sua história a Taça Henry Delaunay que premeia a melhor selecção da Europa, à custa do seu verdugo de sempre, a França de todas as vaidades e de todas as arrogâncias.
Foi lindo!  Lindo de ver! Eles podiam ter os Campos Elísios e a Torre Eiffel e a pobre da Joana d’Arc, mas Portugal tinha o segredo para lutar contra toda uma nação: ser mais do que onze, ser mais do que um país – ser um só.
Muito se poderia esperar deste Portugal-França – exactamente assim, como veio na ficha do encontro – menos que Ronaldo fosse tão cirurgicamente assassinado ainda não estavam decorridos 20 minutos de jogo, ficando incapacitado, logo ele que tinha tudo para se tornar a grande figura da final do Campeonato da Europa de 2016. Voltámos dez anos no tempo, àquela macabra tarde de Nuremberga, na qual um árbitro russo chamado Ivanov deixou que Cristiano fosse caçado a patadas como uma ratazana por  um infame holandês chamado Boularouz. Aí, tal como ontem, o jogo passou a ser um desígnio de coragem.
A  partir do minuto em que um tal de Dimitri Payet, herói precoce da França neste Euro, nascido na Ilha da Reunião, nos confins do Oceano Índico, atirou com o «capitão» português para o estaleiro, as coisas alteraram-se no equilíbrio já de si pobre das possibilidades de uns e outros.
Foi preciso que Portugal se enchesse de coragem para ignorar e ultrapassar o terrível rombo que a sua caravela sofrera, propondo-se a encarar com a mesma vontade e a mesma dignidade um mar alteroso que trazia em si as maldições do antiquíssimo mostrengo. Fê-lo. Adornou, aqui e ali, viu-se empurrado para trás, sentiu a falta impossível de colmatar do seu timoneiro, do seu capitão. Aguentou firme enquanto pôde. 
E pôde muito! (ionline)

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