terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

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Passos Coelho, primeiro-ministro no exílio

A opção de estar no parlamento só para falar e protestar por não ter ficado num governo sem apoio parlamentar é coerente com a postura de primeiro-ministro no exílio, esta posição tem como consequência a ausência no debate do OE, optando pela abstenção sistemática. Passos Coelho não é um líder da oposição, é um farsante armado em primeiro-ministro no exílio, é o actor principal de uma peça de teatro de pantomina.

«A estratégia adoptada pelo PSD no Orçamento do Estado (OE) para 2016 pretende obrigar ao funcionamento da maioria de esquerda – PS, BE, PCP e PEV. Com o anúncio da abstenção do PSD em todas as propostas de alteração na apreciação do OE na especialidade, o PS terá mesmo de votar contra propostas do BE, PCP e PEV se quiser que as medidas não sejam lei. Desta forma, Passos Coelho deixa terreno aberto para eventuais desentendimentos ou para uma coesão na aliança entre os socialistas e as bancadas à esquerda.

O líder social-democrata, em declarações aos jornalistas, anunciou que o PSD não irá apresentar alterações e vai abster-se nas propostas vindas de outros partidos – incluindo do CDS – mesmo que tenham já obtido anteriormente a sua “concordância” e sem ter em conta o “mérito” ou “demérito” das medidas.


Com esta estratégia neutral, os sociais-democratas pretendem que o PS assuma o voto contra propostas vindas de bancadas à sua esquerda, mesmo quando a sua posição, no passado, tenha sido a da abstenção sobre as mesmas medidas. Por exemplo, se a medida agradar ao PS mas não poder ser incluída neste Orçamento por razões financeiras, a bancada socialista não se pode simplesmente abster e terá de votar contra se quiser travar essa proposta. Já no caso das propostas em que o PS quer adoptar – mesmo que venham de outras bancadas – basta a abstenção ou o voto a favor.» [Público]

In "O Jumento"


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