terça-feira, 2 de setembro de 2008

A voz de Alberto João Jardim

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Quase sempre inconveniente, consegue ser o único a fazer oposição
Por: Filipe Caetano

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Pode parecer incrível, até porque este texto é escrito no continente e não na ilha, mas por estes dias a estratégia política de Alberto João Jardim merece algum destaque e até elogios.
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O jeitinho atrapalhado continua, os exageros também, as palavras muitas vezes insultuosas mantêm-se, porém, neste momento, o líder madeirense consegue fazer uma oposição que mais ninguém ousa fazer em Portugal. Enquanto a classe política apura o bronze, nos derradeiros dias de férias, Jardim aproveita esses mesmos dias de descanso para atacar o primeiro-ministro.
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E, pelo menos uma vez, foi certeiro. No que diz respeito à promessa de José Sócrates em criar 150 mil empregos durante o seu mandato.
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Recorde-se que o primeiro-ministro aproveitou uma ida a Santo Tirso para anunciar mais 1200 postos de trabalho proporcionados pela PT. Esquece-se de dizer que tais empregos serão precários, grande parte deles temporários e até há a possibilidade de se tratarem de deslocalizações da empresa de telecomunicações.
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Alberto João Jardim aproveitou para atacar uma vez mais, depois de no fim-de-semana ter falado na necessidade de criar um novo partido, com certeza pelo silêncio impressionante de Manuela Ferreira Leite. O madeirense não deixou terra por levantar:
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«Se neste momento há 200 mil desempregados a mais do que havia quando ele tomou posse e se ele criou 130 mil postos, isto significa que mandou para o desemprego 330 mil portugueses. Somando mais os 100 mil que estão trabalhando em Espanha, significa que quase meio milhão de portugueses foram desempregados por este senhor.
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As contas poderão não ser exactamente estas, mas não deixam de reflectir um estado de espírito comum a grande parte dos portugueses, que não sentem esse crescimento no número de postos de trabalho. Jardim sabe que está sozinho e, sem amarras, navega à distância, em velocidade cruzeiro, dizendo tudo o que quer e não se deixando agrilhoar por estratégias partidárias mais ou menos catastróficas. (Portugal Diário)
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Nota do Papa Açordas: Um excelente artigo de Filipe Caetano, em que se prova, uma vez mais, que Alberto João Jardim é um dos poucos militantes do PSD a fazer oposição a Sócrates.
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