sábado, 5 de abril de 2008

Jorge Coelho "agarra" tacho...

Partido defende intervalo mínimo de dez anos entre funções públicas e privadas
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Bloco de Esquerda considera "indecente" nomeação de Jorge Coelho para Mota-Engil
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O Bloco de Esquerda considera “indecente” a nomeação do ex-ministro Jorge Coelho para a presidência da construtora Mota Engil, insistindo na necessidade de impor um intervalo de dez anos entre a saída de funções públicas e a admissão em empresas privadas do mesmo sector.
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“Não podemos confiar em políticos com apetite. Enriquecer não é a regra para a decisão política, mas o cuidado da coisa pública”, declarou Francisco Louçã, coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, referindo-se à escolha do ex-ministro das Obras Públicas para presidir à empresa de construção.
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Lembrando que a administração da construtora vai passar a integrar “dois ex-ministros [Jorge Coelho e Valente de Oliveira] e um ex-secretário de Estado [Luís Parreirão]”, o dirigente bloquista vê-se obrigado a concordar com o antigo deputado socialista João Cravinho, quando este diz que “é inaceitável que quem concedeu o exercício do monopólio para a construção e exploração de obras públicas tenha depois cargos de direcção na execução desses mesmos monopólios”.
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Na sua edição de hoje, o semanário “Expresso” noticia que Jorge Coelho, enquanto ministro do Governo de António Guterres, confiou à Mota-Engil os maiores negócios das auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT). Segundo o semanário, o antigo ministro “atribuiu mais de mil milhões de euros em concessões rodoviárias a consórcios liderados” pela empresa que se prepara agora para liderar.
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Confrontado com estas acusações, Jorge Coelho, que se demitiu do Governo em Março de 2001, negou qualquer conflito de interesses, sublinhando que a atribuição das concessões foi decidida “em Conselho de Ministros, depois de consultadas comissões independentes”.
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Os argumentos não convencem o dirigente bloquista, sustentando que as empresas “têm levado o que querem. Ganham os concursos, têm a construção das auto-estradas, têm a construção das pontes e depois têm à sua frente os ex-ministros que contribuíram para algumas dessas decisões”.
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Insistindo que “a política tem que se reger por regras de transparência absoluta”, Francisco Louçã adiantou que o BE vai retomar uma proposta antiga “impondo que, quem está num cargo de Governo, não pode exercer funções de interesse privado no sector que tutelou durante um período longo, de dez anos”. “Tem de haver uma separação clara entre o acto de decidir (que é mandatado pelos eleitores) e o negócio (que é mandatado pela vantagem exclusiva dos accionistas)”, concluiu. (Público)
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Nota do Papa Açordas: Não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-lo! Os mil milhões que Jorge Coelho atribuiu à Mota-Engil, dá muito bem para lhe pagarem um ordenado de nababo...a exemplo do que aconteceu com Ferreira do Amaral, que depois de negociar a atribuição da Ponte Vasco da Gama à Lusoponte, foi para presidente do Conselho de Administração...Oh mãe,oh mãe, quando crescer quero ter um emprego como estes dois...

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